Figos à Janela
Velha Figueira, que brotou em minhas terras,
Teus galhos tortos ao meu telhado se estendem,
Suas velhas folhas acobertam minha sacada,
A tua fúria contorceu o meu alpendre.
Por tua causa, oh Figueira presunçosa
Não vejo mais o rubro entardecer,
Nem sinto mais as tardes chuvosas
Tu me privas? Ou quereis me proteger?
Figueira altiva, acolhestes animais!
Aves e roedores fazem seus ninhos em ti,
Mas tu roubaste, Figueira, minha Paz,
Migrando foi-se para bem longe de mim.
Egoísta Figueira, devolva-me o Sol!
Deixe penetrar o luar de outrora,
Não me sufoques com tuas garras esverdeadas,
Sinto saudades do brilho da aurora.
Só não a corto, Figueira imponente,
Pois embora vil, tua generosidade é bela!
Negas-me a paisagem dos tempos e estações.
Mas seduz-me com figos à janela.
Crédito da Imagem: http://joserosarioart.blogspot.com.br/2011/01/colecionismo-parte-2-jose-rosario.html
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