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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Simone, Valesca e Monique: guerreiras que libertaram um homem.


Não sei quem ensina e quem aprende mais na relação pai e filha. Só sei que a paternidade me desconstruiu. E estou amando!!






Estava quase colocando amarras sociais em minha filha de 7 anos, doutrinando-a a detestar funk, qualquer um, identificando-o apenas pela batida. É funk? É vulgar! Simples assim. Fui forj(ç)ado a acreditar que mulher tem que se dar o respeito, e como um detetive, comecei a caçar tudo o que, no meu padrão ético, em minha régua moral, fugisse do que eu entendia por respeitoso. Não queria minha filha rodando a bolsa ou postando fotos segurando tequila no Facebook futuramente. Sou pai, quero o melhor para ela! Mas existe uma frase que tem sido um norteador de muitas de minhas ações: "Algumas coisas o tempo leva, outras coisas o tempo traz." Parece óbvio, mas é assim que a banda toca! Se e tão somente se tomarmos consciência que a vida é um significar-se e ressignificar-se contínuo, vamos percebendo e protagonizando mudanças, vamos compreendendo que nos tornamos exatamente aquilo que pretendemos ser. Não quero desprezar a influência do meio, aliás, quero reforçar essa influência. Mas sem uma consciência de que eu sou produto e produtor do meio, eu simplesmente existo, não vivo plenamente. Foi essa consciência que me despertou para o homem que estava me tornando.

Peralá!! Dançar até o chão não a fará mais, ou menos mulher. Ela não será menos poderosa por ouvir uma que é muito poderosa. 
O que fará dela mulher (licença Dona Simone de Beauvoir , mas quero lhe usar: "Não se nasce mulher, torna-se!") é ela saber lidar com a mesma dificuldade que tenho hoje em lidar com mulheres que me cercam. E falo de esposa, mãe, irmãs.
Saber lidar a que me refiro é opor-se, enfrentar com maturidade, serenidade e coragem, ciente do preço a ser pago.
Não sou o homem que desejo ser, torno-me à medida que sou confrontado com aquilo que defendo. E creiam-me: é uma exposição constante, de perder dois dias, ganhar um, mas sempre seguir.

Minha filha não será menos plena por requebrar o quadril, ela o será por não quebrar paradigmas. Não será mais íntegra por ser uma "preparada", mas será indigna de seus direitos se eu não "prepará-la" corretamente.
Não perderá seu valor por aprender fazer "quadrado".
Eu sim, se continuar quadrado, perderei o meu. De pai, marido. De homem.


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